Complexo terá hotel e 926 unidades comerciais

23/09/2010 11:29

O Boulevard Linha Verde terá três núcleos: um centro corporativo, um centro de convenção, uma praça de alimentação e serviços, totalizando 43 mil metros quadrados

 

Denise Menezes e Celso Martins - Repórteres - 22/09/2010 - 10:01

 

MAURÍCIO DE SOUZA

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Terreno no bairro Jaqueline será usada para empreendimento de 43 mil m2

Reprodução

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Complexo terá três núcleos, incluindo lojas, salas e praça alimentação, além de um hotel

         

Um grande complexo comercial e hoteleiro será implantado, pela Direcional Engenharia, na Região Norte de Belo Horizonte, em terreno de 35.600 metros quadrados, situado estrategicamente às margens da Rodovia Prefeito Américo Renné Giannetti, a MG-10, e próximo à Cidade Administrativa, no Bairro Jaqueline.


Batizado de Boulevard Linha Verde, o complexo terá 926 unidades distribuídas em três núcleos: um centro corporativo, um centro de convenção, uma praça de alimentação e serviços, totalizando 43 mil metros quadrados, que incluem um hotel com 200 apartamentos.


O licenciamento ambiental do empreendimento está em análise pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam), e uma audiência pública será realizada pelo Comam, no próximo dia 28, para discutir com a comunidade os impactos ambientais da obra, em cumprimento à fase de licença prévia do projeto.

O complexo terá 674 salas comerciais e 52 lojas e a praça de alimentação e serviços, por lojas voltadas à instalação de bares, restaurantes e grandes empresas de varejo, como supermercado. Duas torres com 13 andares cada vão abrigar escritórios de empresas. O valor total do investimento não foi revelado.


O Boulevard Shopping, no Bairro Santa Efigênia, Leste da Capital, com quase 43 mil metros quadrados, e que será aberto ao público no dia 26 de outubro, custou R$ 400 milhões, incluindo investimentos dos lojistas e empreendedores.


Para conseguir a aprovação do projeto, os empresários vão destacar junto à comunidade a geração de emprego e renda para a região, além da Copa de 2014, da Olimpíada de 2016 e da ampliação do aeroporto industrial de Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Além disso, o Relatório de Impacto Ambiental (Rima), que já pode ser consultado na Avenida Afonso Pena, 4.000, no Bairro Cruzeiro, Sul da Capital, a empresa destaca ainda que a Cidade Administrativa, inaugurada este ano, tem 16 mil servidores e recebe um público diário de 10 mil. Para resolver o problema de falta de estacionamento de veículos na região, serão criadas no empreendimento 330 novas vagas cobertas e 670 descobertas.


Embora o pedido de licenciamento do complexo tenha sido feito ao Comam pela Locapar Participações e Administração, a consultoria responsável pelos estudos ambientais do projeto, Myr Projetos Sustentáveis, afirma que o Boulevard Linha Verde é um empreendimento da Direcional Engenharia, construtora e incorporadora mineira, com atuação em vários estados, inclusive em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.


A diretoria da Direcional não confirma, mas também não desmente o negócio. Por meio de sua assessoria de imprensa, afirma que é uma empresa de capital aberto e, por isso, não pode se manifestar sobre projetos futuros, sob o risco de ser acusada de especulação. Se ainda não há aprovação do projeto, o negócio não existe para a Direcional, diz a assessoria.


Segundo uma fonte do mercado imobiliário, a construção de um complexo comercial e hoteleiro no Vetor Norte é um projeto antigo da Direcional e já há algum tempo a construtora teria comprado o terreno do Bairro Jaqueline do Grupo Localiza.


Por meio de sua assessoria de comunicação, a Localiza informa que o terreno vendido à Direcional não era de sua propriedade e sim da Locapar, empresa que pertence aos sócios do Localiza, mas que não integra o grupo. A assessoria alegou ainda que o nome da Locapar aparece no processo de licenciamento do Boulevard Linha Verde porque a escritura do terreno ainda não foi transferida e que a medida foi autorizada pela empresa para apressar o processo de aprovação do empreendimento, a pedido da Direcional.


No Relatório de Impacto Ambiental que está no Conselho Municipal de Meio Ambiente aparece como parceira do empreendimento a Construtora Rossi. É a mesma, empresa responsável por empreendimento residencial na Mata do Planalto, na Região da Pampulha. Por ser uma ameaça para uma reserva florestal, a Promotoria de Meio Ambiente está estudando a possibilidade de entrar com uma ação na Justiça para barrar a derrubada de parte da vegetação da região.

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